"...atualmente, as palavras estão cansadas. Elas gastam, como uma nota de dinheiro. As palavras modernas não são mais pertinentes, estão desconectadas da realidade." [...] É preciso, portanto, encontrar palavras que digam o que vivemos, que deem nova energia à vida social. [...] A intelligentsia atual usa as mesmas definições, as grandes palavras de sempre: razão, trabalho, progresso... São palavras que moldaram os valores modernos, e que permanecem, mesmo sem corresponder à nova vida social. [...] A intelligentisia ainda não se deu conta de que não é mais o racional que está no ar, mas sim o emocional. Não é mais o trabalho, mas a criação. Fazer de nossa vida uma obra de arte. [...] Não podemos negar a importância do sonho e do sensível. O real não pode ser reduzido a uma realidade estreita e mesquinha. Isso seria uma maneira muito negativa de julgar o que é vivido: dizer que o copo está metade vazio, quando pode estar cheio pela metade. [...]"
trecho da entrevista de Michel Maffesoli ao Caderno B (Bolivar Torres), Jornal do Brasil, 04.07.10