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"Não exagero afirmar que o primeiro problema com que me defrontei na vida foi a questão da beleza. Meu pai não passava de um humilde monge provinciano com conhecimentos deficientes de vocabulário. Tudo que ele pode me ensinar foi que "nada neste mundo era mais belo que o Pavilhão Dourado." O simples pensamento de que a beleza já existia em algum lugar desconhecido causava-me descontentamento e ansiedade. Porque se de fato ela existisse nesse lugar, então minha própria existência seria algo alheio a ela." p.27.
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Fiz essa foto quando gravamos o documentário "Brasil, Japão, Vidas e Formas" em Kyoto.
Pena que não tinha ainda lido o livro (maravilhoso). Vou ter que voltar.
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"Eu não conseguia conceber na minha mentalidade de adolescente, que a beleza não podia ser nem grande nem pequena, mas moderada. Por isso, quando via uma pequena flor de verão brilhante suavemente molhada pelo orvalho da manhã, eu a achava tão bela quanto o Pavilhão Dourado. E também, quando nuvens pesadas se erguiam por trás da montanha carregadas de tempestade, com as bordas de sua massa negra douradas e reluzentes, esse espetáculo majestoso me sugeria o Pavilhão. Por fim, até quando eu via um belo rosto eu o qualificava em pensamento:
"Belo como o Pavilhão Dourado!"
p. 27.