"Verônica estava trifeliz (sim, ela era gaúcha) com seu apartamento novo no Centro. O amigo Donizette, mineiro, organizou um chá de panela para celebrar a compra. Verônica e Eduardo (seu marido, também gaúcho) prepararam pães, patés, bolos e sangria a para a noitada de sábado. O apartamento ficou cheio de gente. Todos estavam encantados com amplidão das peças. No meio da festa, Verônica pegou a pistola que herdara do avô, colocou-a na boca e disparou. Seus miolos foram parar na parede azul. Então, como combinado, Eduardo leu um conto que ela deixou - e que, como sempre, ninguém compreendeu."
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in Os Anões, de Veronica Stigger, Ed. CosacNaify
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