Filme sóbrio, dizem de estilo minimalista. Sem 3D e efeitos. Poderá, como um milagre, alcançar a marca de 3 milhões de espectadores na França. É o mega-sucesso da temporada. Leio que a camêra observa o fenomêno religioso à la Dreyer, sem tomar partido, cientificamente, como se fosse um microscópio. O filme conta os dias e morte de 7 monges executados na Argélia nos anos 90 do século passado. As cabeças dos religiosos foram encontradas, os corpos não. O filme de Xavier Beauvois quase levou a Palma de Ouro em Cannes. Ficou sem a Palma, mas ganhou o céu das bilheterias, da aclamação popular e da imprensa. Cada País tem o "Nosso Lar" que cultiva. O Libération de hoje ironiza: "como se esse filme lento e contemplativo permitisse a cada um se livrar de suas dúvidas e questões. Um pouco quando escutamos um canto gregoriano buscando uma dose de espirtualidade depois do trabalho. Uma forma de um sagrado açúcarado, um prê-à-porter divino fora da história das realidades do mundo." Outro crítico aparenta o filme a Pasolini, Bergman, Pialat e Cavalier, dizendo ser um cinema místico e fervoroso, mas sem proselitismo.
Cinema e Deus, desde os 10 Mandamentos, sempre renderam multidões de devotos. Seria um dos mandamentos do Box Office: Não filmarás a fé em vão.