Extrema, toco-te o rosto. De ti me vem
À ponta dos meus dedos o ouro da volúpia
E o encanto glabro das avencas. De ti me vem
A noite tinginda de matizes, flutuante
De mitos e de águas. Inaudita.
Extrema, toco-te a boca como quem precisa
Sustentar o fogo para a própria vida.
E úmido de cio, de inocência,
É à saudade de mim que me condenas.
Extrema, inomeada, toco-me a mim.
Antes, tão memória. E tão jovem agora.
Hilda Hilst, XIII, Amavisse
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