quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Centeio


Ler um livro na adolescência... guardar imagens... que bom que esse livro nunca virou filme... que bom que esse filme ainda continua vivo na memória de todos aqueles que leram e colheram palavras e cenas tão cruas e primordiais. Acho que passei de Monteiro Lobato para Salinger.
Ainda guardo meu exemplar despaginado, herança materna...
Lembro do adolescente protagonista - um amigo meu.
O livro que inaugurou a minha juventude.
Salinger morreu. O livro está na minha estante.
*
"Aí foi embora. O cara da Marinha e eu dissemos que tinha sido um prazer conhecer um ao outro. Esse é um troço que me deixa maluco. Estou sempre dizendo: “Muito prazer em conhecê-lo” para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas para seguir vivendo.
Depois que eu disse a ela que tinha um encontro marcado, não podia mesmo fazer droga nenhuma senão sair. Nem podia ficar por lá para ouvir o Ernie tocar alguma coisa minimamente decente. Mas não ia de jeito nenhum sentar numa mesa com Lillian Simmons e com aquele cara da Marinha e morrer de chateação. Por isso saí. Mas fiquei danado quando apanhei meu sobretudo. As pessoas estão sempre atrapalhando a vida da gente.”
*