domingo, 31 de janeiro de 2010
Kleenex
Após a morte da mãe, o fotógrafo Phillip Toledano fez o ensaio Days with My Father.
O site com a série: http://www.dayswithmyfather.com/
Formigas, maturidade, verdade & poesia
“Formigas doentes preferem morrer na solidão” (Ricardo Mioto/Folha Ciência de sábado). O artigo diz mais ou menos assim: “Quando sente que vai morrer, a formiga abandona o formigueiro. Passa os últimos momentos na solidão. Quase ninguém, na natureza, morre de velho. Grandes grupos de seres idosos são uma anomalia histórica criada recentemente pelos humanos. Na vida selvagem, morre-se muito antes de envelhecer. Em geral, a razão é alguma doença, muitas delas transmissíveis. Imagine quantas vezes você já teria ficado à beira da morte se, como as formigas, não tivesse acesso à medicina. A questão é que sociedades são o cenário perfeito para que doenças transmissíveis se espalhem. Como formigas são seres que vivem em complexas sociedades, afastar-se durante a doença é uma maneira muito eficiente de evitar que mais animais se contaminem no formigueiro. Em termos evolutivos, formigas que tem esse comportamento beneficiam a sobrevivência de toda a comunidade e, assim, de vários dos seus próprios genes. As formigas doentes não são atacadas por outras ou forçadas a abandonar os formigueiros. Elas simplesmente vão embora por 'vontade' própria.”
Outra ideia que me chamou a atenção foi que ninguém na natureza “morre de velho”.
Por falar em envelhecer o artigo do Drauzio Varella também é ótimo – o avô brincando com o neto me lembrou muito a Dona Vê redescobrindo a vida com o neto, no meu livro A Foto.
A descrição de Drauzio da maturidade:
“A aceitação de que não temos diante de nós todo tempo do mundo cria o desejo de nos concentrarmos no essencial, em busca do máximo de felicidade que pudermos observar no futuro imediato. A inquietude da inexperiência e os desmandos causados por ela dão lugar à busca da serenidade.”
Pra terminar, e por falar em serenidade, outro bom artigo do fim de semana está no Prosa & Verso do Globo. José Castello fala de um poeta pouco conhecido: Gustavo de Castro e de seu livro recém publicado “Poemas vis”. Dá vontade de comprar o livro na hora, e ler por inteiro os poemas que tem entre seus versos:
“Oh Vera
Nem toda maçã
Apodrece
Nem toda laranja
É de sumo
Nem todo limão emagrece.
Nem sempre a verdade
É a realidade
Vera.(...)
O real que se vê
Não se crê
Vera.”
De repente, formigas, maturidade, realidade e verdade – tudo parece morar no mesmo formigueiro.
*
Foto de Richard Avedon. Ele fotografou (muito) o pai, durante os 7 anos que antecederam sua (do pai) morte.
sábado, 30 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A atenção
O fotógrafo Robbie Cooper fez uma série registrando os rostos de adolescentes durante partidas de videogame. As imagens dos games eram projetadas num vidro escuro, o fotógrafo estava posicionado atrás desse vidro, de maneira que o garotos não soubessem que estavam sendo fotografados.
O choro
Além de fotografar macacos (ver post Planeta dos Macacos), Jill Greenberg fotografa crianças. Mais precisamente crianças chorando. Tudo pela arte: para arrancar o choro dos precoces modelos, parece que a fotógrafa dava um doce e depois tirava literalmente o doce das crianças. Tudo com o consentimento dos pais.
Segundo a fotógrafa, a série é (foi) um protesto contra a re-eleição de Bush. Ela afirmou:
" Algumas vezes eu sinto vontade de chorar por causa do caminho que as coisas estão seguindo”.
O plantão ético, claro, questionou o "sofrimento dos inocentes".
http://www.manipulator.com/
A luta
O fotógrafo Adam Smith é autor do ensaio Fight Journal.
"Há um momento antes da luta, quando o som dos socos (...) se dissolve em uma calma silenciosa.
Este momento só dura um segundo ou dois. Ninguém na sala diz nada. Não há mais nada a dizer. Toda a gente sabe o que está prestes a acontecer. Meses de intenso treinamento, sacrifício, dor, medo vão explodir em uma fúria de agressão disciplinada. (...) Cada um sabe que, se não fosse pelas regras, um poderia ter matado o outro. Esta é a Mixed Martial Arts. Muitas vezes referida como "vale-tudo", é um dos esportes que mais crescem na América do Norte."
+ em www.theadamsmith.com
via http://www.burnmagazine.org/
O começo e o fim
"Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso."
assim começa o "o apanhador no campo de centeio"
de J. D. Salinger e assim termina, (se não quiser saber o final não leia):
"A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo."
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Centeio
Ler um livro na adolescência... guardar imagens... que bom que esse livro nunca virou filme... que bom que esse filme ainda continua vivo na memória de todos aqueles que leram e colheram palavras e cenas tão cruas e primordiais. Acho que passei de Monteiro Lobato para Salinger.
Ainda guardo meu exemplar despaginado, herança materna...
Lembro do adolescente protagonista - um amigo meu.
O livro que inaugurou a minha juventude.
Salinger morreu. O livro está na minha estante.
*
"Aí foi embora. O cara da Marinha e eu dissemos que tinha sido um prazer conhecer um ao outro. Esse é um troço que me deixa maluco. Estou sempre dizendo: “Muito prazer em conhecê-lo” para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas para seguir vivendo.
Depois que eu disse a ela que tinha um encontro marcado, não podia mesmo fazer droga nenhuma senão sair. Nem podia ficar por lá para ouvir o Ernie tocar alguma coisa minimamente decente. Mas não ia de jeito nenhum sentar numa mesa com Lillian Simmons e com aquele cara da Marinha e morrer de chateação. Por isso saí. Mas fiquei danado quando apanhei meu sobretudo. As pessoas estão sempre atrapalhando a vida da gente.”
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Homens pássaros
Homem na pose de um Corvo
Homem na pose de um falcão
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Utagawa Toyokuni (1769-1825). Conhecido também como Toyokuni I, para distingui-lo dos membros de sua escola que assumiram seu "estilo" depois de sua morte.
Era um dos chefes da renomada Escola Utagawa de xilogravuras.
Foi artista famoso e poderoso. Retratou atores do Kabuki.
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Pássaro de Fogo
Tamara Karsavina, primeira bailarina de Diaghilev, no ballet Pássaro de Fogo, 1910
Alguém disse moderna?
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Tá nostálgico?
"Sempre que chove
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!"
*
Mario Quintana
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!"
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Mario Quintana
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Tô aqui
"I'm Here" é o novo curta-metragem de Spike Jonze. O filme se passa na L.A. contemporânea, onde a vida segue tranquila, com exceção de uma certa quantidade de moradores robôs que vivem entre a população. Um bibliotecário robô vive uma vida solitária e metódica - desprovida de criatividade, alegria e paixão - até que encontra uma robô aventureira e livre. O filme estreou no Sundance Film Festival de 2010.
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via http://www.nieves.ch/
A Nieves é uma editora de fanzines e etc... é ótima!
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via http://www.nieves.ch/
A Nieves é uma editora de fanzines e etc... é ótima!
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Bastidores
* Querido Marcelo, que olha para o todo como quem olha para o detalhe...
*
Tipo Dostoiévski
* Sabem tudo sobre beleza.
*
Talentos (e narizes) únicos.
*
Antonio, vai!
*
Desfile Capeto. Incansável Maneco que às 8h00 da manhã subiu na escada pra melhorar a luz.
*
Essas são algumas poucas imagens do meu riquíssimo e inesquevível dia de hoje.
*
Os bastidores de um desfile não se traduzem em imagens nem em palavras. Esse estranho mundo reflete-se na exigência que buscamos, no perfeição que sonhamos, no carinho que temos pelo que fazemos.
Obrigado Isabela, Marcelo, Felipe, Dany, Diogo, Rafa, Madeira, Max, Márcia, Erika e tantos e tantos queridos companheiros por compartilhar esses exaustivos momentos de paixão, tensão, alegrias e constante busca de um mundo (mais belo) e melhor.
*
Tipo Dostoiévski
* Sabem tudo sobre beleza.
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Talentos (e narizes) únicos.
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Antonio, vai!
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Desfile Capeto. Incansável Maneco que às 8h00 da manhã subiu na escada pra melhorar a luz.
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Essas são algumas poucas imagens do meu riquíssimo e inesquevível dia de hoje.
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Os bastidores de um desfile não se traduzem em imagens nem em palavras. Esse estranho mundo reflete-se na exigência que buscamos, no perfeição que sonhamos, no carinho que temos pelo que fazemos.
Obrigado Isabela, Marcelo, Felipe, Dany, Diogo, Rafa, Madeira, Max, Márcia, Erika e tantos e tantos queridos companheiros por compartilhar esses exaustivos momentos de paixão, tensão, alegrias e constante busca de um mundo (mais belo) e melhor.
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Realidade manipulada
Moira Ricci nunca tirou essas fotos. Em fotografias de arquivo da própria mãe ela inseriu sua imagem. Vemos na série toda a vida de sua mãe: infância, noivado, nascimento dos filhos etc... A vida através das fotos - porém nessas fotos, Moira é um "Wally" irônico e instigante, observando sempre a figura da mãe. Um efeito técnicamente perfeito e uma viagem emocional formidável. Incrível! Fora que os nomes das fotos em italiano são uma delícia: Mamma al mare! Mamma sulla moto da nonna!
Moira Ricci , Da nonna - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
Moira Ricci, Mamma e Zia Carolina - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
Moira Ricci, Zio Auro, Cla e mamma - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
20.12.53 / 10.08.04, © Moira Ricci, Mamma al mare.
Courtesy Alessandro De March Gallery, Milan, Italie
via http://www.we-make-money-not-art.com/
Outras fotos da série estão aqui - vale a pena ver e ler sobre:
http://www.strozzina.org/manipulatingreality/e_ricci.php#content
Moira Ricci , Da nonna - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
Moira Ricci, Mamma e Zia Carolina - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
Moira Ricci, Zio Auro, Cla e mamma - "20.12.53 - 10.08.04", 2004-2009
20.12.53 / 10.08.04, © Moira Ricci, Mamma al mare.
Courtesy Alessandro De March Gallery, Milan, Italie
via http://www.we-make-money-not-art.com/
Outras fotos da série estão aqui - vale a pena ver e ler sobre:
http://www.strozzina.org/manipulatingreality/e_ricci.php#content
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