sexta-feira, 3 de junho de 2011

Armando Freitas Filho_Guardados_Lar,

Certas gavetas não perdoam.
Se emperram, gemendo.
Ou quando, sob a chave, a perdem
ou têm seus dentes quebrados
dentro da fechadura. Abertas
à força, o peso dos segredos
das lembranças de lágrimas
das ilusões desbotadas
justifica o gemido da madeira
e a dor da ferrugem que agarra.